São várias as ideias erradas que devem ser esclarecidas em relação à canábis, às sementes feminizadas e às hermafroditas (plantas que apresentam intersexualidade).
Ao contrário de organismos mais complexos, a canábis não é unicamente de um sexo ou de outro. É uma espécie altamente invulgar por ser uma planta anual que também é dioica (produz flores macho e fêmea separadas em plantas diferentes), mas toda a planta de canábis tem a capacidade de produzir flores do sexo oposto em determinadas condições. É um mecanismo de sobrevivência das espécies que permite à canábis sobreviver e reproduzir-se como planta anual e dioica.
Algumas plantas tornam-se intersexuais de forma bastante fácil, em resposta ao stress a que estão sujeitas no ambiente de cultivo, como por exemplo, flutuações na temperatura, irregularidades no ciclo de luz, danos físicos, etc. Este é um comportamento de sobrevivência – a planta detecta que as condições de crescimento não são favoráveis, o que significa que as probabilidades de reprodução são menores. A existência de condições desfavoráveis significa que a probabilidade de a planta sobreviver a uma estação inteira e de existir uma planta do sexo oposto suficientemente perto para a polinização cruzada é menor.
Nestas condições, algumas plantas fêmeas desenvolvem flores com estames (machos) para produzirem o seu próprio pólen, fertilizar as suas próprias flores com pistilos (fêmeas) e produzir sementes que crescerão de novo na próxima época. Por vezes, as plantas macho desenvolvem flores com pistilos, mas esta situação é menos comum.
Métodos recentes e antigos para produzir sementes feminizadas
Antigamente, as sementes feminizadas eram produzidas a partir de duas plantas fêmeas, uma das quais havia sido identificada como tendencialmente hermafrodita, ou seja, dada a produzir flores macho quando colocada sob stress. A planta com propensão para a intersexualidade é sujeita a stress através de um ciclo de luz irregular ou poda e encorajada a produzir flores macho. O pólen dessas mesmas flores seria depois aplicado à fêmea “verdadeira” (i.e. a planta que não apresentou intersexualidade quando colocada em situação de stress).
A desvantagem deste método era que as fêmeas “doadoras de pólen” eram plantas com uma forte tendência para a intersexualidade e a probabilidade de esta tendência ser herdada pelas sementes feminizadas produzidas desta forma era muito elevada.
Quando a Sensi Seeds e a White Label Seed Co. decidiram começar a oferecer sementes feminizadas, o processo já tinha sido francamente melhorado. Através da utilização de diferentes formas de prata, as plantas fêmeas com uma tendência intersexual reduzida – plantas que permanecem fêmea mesmo sob as condições mais difíceis, irregulares e stressantes – podem ser forçadas a produzir flores macho. Isto significa que a tendência dos seus rebentos para se tornar intersexual é semelhante à de uma planta de canábis fêmea normal. As variedades feminizadas oferecidas pela Sensi Seeds e pela White Label são produzidas desta forma.
Resumindo, a intersexualidade é uma parte fundamental do genoma da canábis. A tendência maior ou menor de uma planta individual para se tornar hermafrodita surge em resposta a diferentes condições.
De notar que as plantas usadas para fazer sementes feminizadas não são modificadas geneticamente! Não são adicionados ou retirados quaisquer genes. As plantas-mãe são apenas modificadas fisicamente através do uso de prata e as sementes são produzidas da forma normal, através da polinização.